Dia Mundial dos Oceanos: Workshop do Governo pede “soluções para um oceano saudável”

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Não é possível imaginar a Terra sem o oceano, já que este cobre mais de 70% do planeta, é fonte de vida e sustento para toda a humanidade e é o habitat de uma boa parte da biodiversidade deste mundo. Tendo isto em conta, o Governo de Angola, mais especificamente o Ministério da Agricultura e Pescas e Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente realizaram esta terça-feira, um workshop em celebração do Dia Mundial dos Oceanos sob o tema “Prevenir a poluição e encorajar soluções para um oceano saudável”, que contou com a participação do Representante Residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Edo Stork.

No encontro foi discutida a questão da poluição e dos resíduos sólidos, das alterações climáticas e como uma gestão sustentável da exploração petrolífera e das pescas pode preservar melhor os oceanos. O objectivo era apresentar os oceanos como elemento regulador essencial do planeta para a atmosfera e a protecção das espécies.

O discurso de abertura foi feito pela Secretária de Estado das Pescas, Esperança Costa, que referiu que os oceanos estão no centro das agendas dos estados, através da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e que este ano, o 8 de Junho, Dia Mundial dos Oceanos, chama a atenção sobre a importância vital dos oceanos na manutenção da vida, realçando dimensões ambientais, económicas, sociais e culturais.

Na sua intervenção, Edo Stork fez menção como uma das acções em curso  o projecto de Criação da Primeira Área de Conservação Marinha em Angola, com o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, através do Instituto Nacional da Biodiversidade e Conservação (INBC), que que conta com o financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que conta com um investimento de 1,8 milhões de dólares americanos, cuja implementação vai  até Julho de 2023. Ele fez ainda menção do projecto regional sobre o Grande Ecossistema Marinho da Corrente de Benguela (BCLME) que abrange cerca dos 30 graus de latitude e estendendo-se desde a Província de Cabinda, no Norte, até a leste de Port Elizabeth, na África do Sul.

Edo Stork destacou também a importância de se tomarem acções concretas para se protegerem os oceanos, pois eles já estão a ser vítimas da mão humana. Estima-se que 90% das grandes populações de peixes esgotaram-se e que 50% dos recifes de coral foram destruídos, o que é uma clara indicação de que estamos a tirar do oceano mais do que podemos repor.

O Representante do PNUD parabenizou o Governo de Angola pelos esforços que têm sido feitos, através dos Ministérios da Agricultura e Pescas, e da Cultura, Turismo e Ambiente, no diz respeito aos compromissos nacionais sobre a sustentabilidade ambiental e a contribuição na promoção da economia azul.

No Workshop foram também premiadas três crianças que participaram num concurso escolar sobre os cuidados que se devem ter com os oceanos.

Desde 1991 que o Programa Internacional de Águas do PNUD-GEF tem apoiado mais de 100 países com alguns dos maiores e mais importantes ecossistemas aquáticos do mundo, para melhorarem a cooperação e abordarem melhor as prioridades ambientais e as preocupações com os recursos hídricos. A carteira de projectos PNUD-GEF nesta área conta também com iniciativas ligadas aos “Grandes ecossistemas marinhos”.