PNUD Angola: Investir na resiliência aos desastres é proteger o desenvolvimento

UNDP Angola

Em questões de minutos, horas ou longos dias, um desastre pode destruir o trabalho de uma vida e seriamente comprometer, por vários anos, o desenvolvimento de uma determinada região, afectando milhões de pessoas.

Exemplo claro disso é o sul de Angola, que está actualmente a ser fustigado por uma seca prolongada, quando apenas em 2016 começou a recuperar dos efeitos da seca severa instigada desde 2012 pelo El Niño. Cerca de 1,2 milhões de pessoas foram afectadas em seis províncias do sul do país, provocando perdas económicas de cerca de 750 milhões de Doláres Norte-americanos.

Só este ano, o Governo angolano, com o apoio dos seus parceiros, prestou assistência a mais de 2 milhões de pessoas para mitigar os efeitos da seca.

O PNUD investe na redução do risco de desastres para criar resiliência, sendo um dos pilares da sua actuação em Angola. Isto porque os dados comprovam que o risco e o impacto dos desastres depende da capacidade de resiliência das comunidades e que os perigos naturais e sócio-naturais afectam mais gravemente as populações locais mais vulneráveis economicamente, socialmente e em termos ambientais.

“Há um argumento económico sólido para estas medidas”, disse o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, na sua mensagem do Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres, celebrado a 13 de Outubro. “Tornar a infraestrutura mais resiliente ao clima pode ter uma relação custo-benefício de aproximadamente seis para um: para cada dólar investido, é possível economizar seis dólares”, continuou o Secretário Geral.

O Governo angolano, com o apoio do  PNUD Angola, criou o Quadro de Recuperação de Seca (QRS) 2018-2022, que cobre nove sectores-chave do país e está à espera de aprovação. O PNUD vai continuar a prestar assistência ao Governo com a mobilização de recursos e a implementação de medidas de médio a longo prazo para o fortalecimento da resiliência, com o apoio de mais parceiros internacionais.

“A recuperação da seca e a construção de resiliência devem ser inclusivas, sensíveis ao género e baseadas em direitos”, defendeu o Responsável pelo Programa de Prevenção de Crises e Resiliência do PNUD Angola, Keita Sugimoto. Requer o “apoio contínuo de todo o governo e de toda a sociedade”, acrescentou.

Em 2016-2017, o PNUD concedeu uma subvenção de diversificação de subsistência a organizações da sociedade civil. Foram directamente beneficiadas 3.215 mulheres e 667 homens de 9 municípios do Cunene, Huíla e Namibe, apoiando a recuperação da seca e a preparação para La Niña e promovendo o empoderamento social e económico das mulheres em actividades agrícolas e não-agrícolas.

Simultaneamente, desde 2015, oito províncias propensas a desastres, incluindo as propensas a secas, têm vindo a ser assistidas pelo PNUD no planeamento descentralizado de contingência sensível ao género e para a consecução da meta do Quadro de Sendai para RRD até 2020.

“Investir na resiliência ao clima  cria postos de trabalho e poupança de dinheiro”, concluiu António Guterres, e “pode mitigar e prevenir o sofrimento humano”.