Benefícios inclusivos para as comunidades rurais de Angola

18 de September de 2019
O Ministério do Ambiente da República de Angola, em parceria com o PNUD através do Fundo Global para o Meio Ambiente, as universidades e a sociedade civil apoiam as comunidades para melhorar a colheita sustentável de árvores, fortalecer o reflorestamento, aumentar e promover a igualdade do género.

Gestão Florestal Comunitária

O ecossistema da floresta de Mitombo garante a conservação da biodiversidade, dos recursos hídricos e contribui para a prevenção das alterações climáticas  que se agravam com os processos naturais ou decorrentes da acção humana. Além da renda, as comunidades vizinhas também dependem da floresta de Mitombo para a extração da matéria prima e de vários insectos, frutas, sementes e outros recursos naturais para medicamentos e nutrientes vitais.

O Ministério do Ambiente de Angola, em parceria com o PNUD através do Fundo Global para o  Ambiente, as universidades e a sociedade civil apoiam as comunidades para melhorar a colheita sustentável das árvores, fortalecer o reflorestamento, aumentar e promover a igualdade do género.

Os parceiros também apoiam as comunidades a desenvolver planos locais de gestão sustentável para as florestas - começando com o registro do número, tipos e tamanhos das árvores. São identificadas as espécies com bom crescimento e com alta qualidade de queima necessária para o carvão vegetal, e as amostras são plantadas em viveiros de árvores para a colheita a longo prazo. Isso, por sua vez, permite que os trabalhadores continuem sua produção enquanto conservam o ecossistema florestal.

“Agora sabemos que sempre que cortamos as árvores, devemos plantar outra para manter nossa produção sustentável”, disse Maria Ayondela.

Foto: PNUD.

Maria Ayondela é uma produtora de carvão vegetal da antiga floresta de Mitombo localizada na Aldeia de Capato, província do Kwanza Sul. Em Angola, o carvão vegetal é uma importante fonte de energia consumida pelas populações urbanas, além de  gerar renda nas economias rurais, onde muitas pessoas como a  Maria utilizam a produção do carvão vegetal como fonte essencial de renda para suas famílias.

O crescimento da população urbana, trouxe como consequência a crescente demanda pela energia derivada do carvão vegetal e esta promoveu o desenvolvimento acelerado do mercado, proporcionando desafios e oportunidades para a subsistência rural e do meio ambiente: a madeira utilizada para alimentar esse sector de energia também é um dos principais factores de desflorestamento. Entre 1990 e 2015, a área coberta de árvores do país (floresta de Mitombo) diminuiu quase um quinto do seu total.

Enfrentar os desafios associados a esta indústria tornou-se uma prioridade para Angola. Baseando-se na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável como modelo para o desenvolvimento inclusivo, o governo e os parceiros de implementação estão a implementar medidas para apoiar  as comunidades rurais a manter seus meios de subsistência e recursos naturais de forma sustentável.

 

Benefícios derivado da floresta

 

A gestão florestal é apenas o primeiro passo para um sector do carvão totalmente sustentável. Em toda a cadeia de valor, melhorias devem ser introduzida. Depois da colheita da madeira, o carvão é carbonizado, transportado, distribuído e consumido.

No futuro, a abordagem da parceria continuará a harmonizar melhorias abrangentes e inovadoras em todo o sistema. Fornecer, fabricar e distribuir carvão vegetal de forma sustentável são acções fundamentais que todos os parceiros estão comprometidos em melhorar. Os próximos passos estão focados no aumento da eficiência energética nesses processos.

Construir uma cadeia de produção sustentável do carvão é relevante para o desenvolvimento a longo prazo de Angola. Essa conquista ajudará a mitigar as emissões de gases de efeito estufa, reduzir a poluição, criar empregos e preservar a floresta. O uso dessa abordagem integrada estabelece as bases de um futuro sustentável para as comunidades rurais de Angola.

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Article in english version :https://sdgintegration.undp.org/sustainable-charcoal-leads-way-angola

António Malungo, junto de um forno melhorado de carvão - Local e data: Aldeia de Capato, Kwanza Sul, 21 Janeiro 2019 - ©PNUD em Angola