O papel activo das Universidades que estão a trabalhar para fornecer soluções para mitigar os efeitos da COVID-19 no país mostra, claramente, que a responsabilidade social da academia vai além daformação de estudantes. A determinação demonstrada por várias Universidades de todo o país em servir o público em geral, a nível local e nacional é, no nosso entendimento, o que podemos esperar da comunidade académica em tempos bons e tempos desafiantes.
Apesar de todas as medidas tecnológicas e científicas tomadas até agora contra a o coronavírus, o escopo e os efeitos da pandemia também fizeram com que toda cadeia logística fosse duramente atingida pela doença, fazendo com que as tarifas de importação disparassem e as mercadorias demorassem mais para serem entregues. Em outras palavras, adquirir a maior parte da matéria-prima no país para desenvolver essas inovações tem sido uma luta para os inovadores, pois o material-chave necessário depende da importação. O impacto das restrições temporárias acabam por se reflectir no preço do produto final, ao passar para o nível comercial, trazendo alguns desafios para o dimensionamento, replicação e expansão da tecnologia.
Outro aspecto igualmente importante, que vale a pena mencionar, é que, embora os investigadores por trás das intervenções sejam relativamente jovens e provenientes de diversas formações acadêmicas, o número de mulheres que fazem parte das equipas técnicas que mapeamos é muito baixo, ou inexistente em alguns casos. Esses dados não representam todo o perfil do país, mas podem ser usados como um indicador para reflexão e calibração do vazio que tem como ser preenchido pelo número de mulheres capazes.
No entanto, numa nota mais optimista, essas soluções mapeadas dentro da academia podem ser tomadas como uma evidência do que realmente pode ser feito no país - mesmo em condições de trabalho difíceis como as que vivemos.
Daí, uma parceria recente que o PNUD Angola estabeleceu com o MESCTI traça a criação de uma rede de inovação e tecnologia que se prevê apoiar, inicialmente, em 2 incubadoras piloto em universidades públicas. Espera-se que seja o primeiro passo para fomentar a criação de mais incubadoras e também um incentivo ao surgimento de novos empreendedores, que transformem as suas ideias em produtos comercialmente viáveis. Além disso, a parceria também incluirá esforços conjuntos para a mobilização de fundos para apoiar actividades e outros objetivos comuns. Portanto, espera-se que qualquer investimento direccionado a instituições de pesquisa locais e regionais seja altamente valorizado e aplicado.
Esperamos que tenha gostado desta matéria que sucede a:
Parte 1: Por onde andam as universidades em época de COVID19? Uma visão angolana
Parte 2: O que está acontecer? Como a Academia está a responder à pandemia da COVID-19
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