Assembleia Nacional e ONU analisam Orçamento de Estado com base nos ODS
Os parlamentares da VI Comissão da Assembleia Nacional de Angola receberam os representantes das agências das Nações Unidas para juntos analisarem a relevância dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no processo de orçamentação de 2019. A VI Comissão é especializada em assuntos de saúde, educação, ensino superior, ciências e tecnologias.
O Coordenador Residente das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladelli, mostrou a sua satisfação pela iniciativa de realizar este diálogo e trabalho conjunto: “O Orçamento Geral do Estado (OGE) é o acto mais importante realizado pelo Governo a cada ano. A grande tarefa da Assembleia Nacional é verificar o uso do dinheiro público e se as propostas são pertinentes com as necessidades do país e do seu Plano Nacional de Desenvolvimento. A ONU tem a honra de ter organizado, conjuntamente com a Comissão VI, este seminário para melhor relacionar o trabalho de orçamentação com as perspectivas delineadas na Agenda 2030 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”.
O seminário, que foi presidido pela deputada Suzana de Melo, segunda Vice-Presidente da Assembleia, e pelo deputado Victor Kajibanga, Presidente da VI Comissão, contou com apresentações e análises dos representantes em Angola do UNICEF, UNFPA, OMS, ONUSIDA e do PNUD. Os dois temas principais giraram em torno das lições aprendidas com o OGE 2018 e em como priorizar o investimento nacional nos ODS com maior potencial de efeito de aceleração.
Um dos desafios destacados pelos representantes das Nações Unidas foram as projecções demográficas que, devido à alta taxa de fecundidade, indicam que em 2050 a população angolana será o dobro da que é hoje, se o ritmo de crescimento se mantiver. Por outro lado, Angola é um país muito jovem, uma vez que 66% da sua população tem entre 0 e 24 anos. Reflectiu-se sobre a necessidade de dar oportunidades de profissionalização e emprego a estes jovens, de engajá-los na sociedade e fazer com que participem activamente no desenvolvimento do país. A educação até ao sétimo ano para todas as meninas foi também referido como um ponto de inflexão no crescimento do país e de como essa meta pode significar fazê-las sair de um círculo vicioso de pobreza, bem como aos seus futuros descendentes.
Por outro lado, referiu-se que, segundo o índice de pobreza multidimensional, mais de metade da população angolana (51,2%) vive na pobreza. Algumas das questões chamadas para reflexão foram as seguintes: Como vai o OGE 2019 contribuir para reduzir a pobreza da população angolana? Quantas pessoas poderão sair da pobreza devido às acções concretas do OGE 2019?
Na sessão de perguntas e respostas, na qual participaram deputados de outras comissões para além da VI, chamou-se a atenção da necessidade das acções do Executivo serem dirigidas pela gestão baseada em resultados. Ou seja, as acções depois de implementadas, deverão que ser seguidas de perto, monitorizadas e avaliadas, para se saber se os recursos programados foram investidos e se os resultados propostos numa fase inicial foram atingidos. Referiu-se também que os deputados têm a responsabilidade e oportunidade de mudar e melhorar a vida de muitas pessoas, algumas delas ainda por nascer.
Aceda às seguintes apresentações do workshop: